ALERP
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31/03/2019 12:03:47 | Por: Josselmo Batista Neres | Visitas: 3031
Fachada da Alerp
HISTÓRICO DA ALERP - ACADEMIA DE LETRAS DA REGIÃO DE PICOS[1]
Por Francelina Macêdo de Holanda Ribeiro[2]
A ALERP - Academia de Letras da Região de Picos foi fundada em 22 de outubro de 1989, através de encontro realizado no auditório do INSS, em Picos, denominado Primeiro Encontro de Cultura da Região de Picos. O evento contou com a organização da Professora Rosa Luz, então diretora da Escola Técnica Estadual Petrônio Portela – PREMEM; do Clube Cultural Fontes Ibiapina, do Grupo Charles Chaplin, do Grupo Mutirão Arte e Cultura, do Grupo Ecológico de Picos – GECOP, jornalistas, professores, entre outros segmentos de produção e difusão da cultura Picoense.
A ALERP foi criada com o apoio do escritor Francisco Miguel de Moura[3] e do membro da Academia Piauiense de Letras, Hardi Filho. Vários escritores Picoenses, entre os quais, Ozildo Batista de Barros, Mundica Fontes, Heraldo Santos, Sávio Barão, Edivan Araújo, Fábio Neiva, Ranossil, Fernando Varão, José Airton, Vilebaldo Rocha, Professora Camila apoiaram a criação da entidade.
Logo no I Encontro de Cultura fora eleita a primeira diretoria, em assembleia geral, em 22 de outubro de 1989 e empossada oficialmente em 12 de dezembro do mesmo ano. A primeira diretoria foi constituída por Rosa Luz (presidente), José Leal (vice-presidente), Olívia Rufino (primeira secretária), Francisco das Chagas (segundo Secretário), José Aécio (primeiro tesoureiro) e Luís Bernardes (segundo tesoureiro). No cerne das realizações da primeira diretoria destaca-se a organização da parte burocrática relacionada à documentação da entidade.
O dia 12 de dezembro, tendo em vista a posse da primeira diretoria, ficou instituído como referência para transmissão de cargo às posteriores gestões, sendo que, conforme os estatutos aprovados também no primeiro encontro (22/10/1989), o mandato é de dois anos. O regimento interno foi criado apenas em 9 de junho de 1993.
Oito dias depois da primeira reunião, o grupo de escritores volta a se reunir, em 30 de outubro de 1989, aprovando a criação da Medalha Fontes Ibiapina, honraria destinada a pessoas que contribuíssem com o desenvolvimento da cultura e com a ALERP. Também naquela data fora aprovado o nome de Fontes Ibiapina para a Biblioteca da ALERP.
Das 40 cadeiras que compõem a entidade, 13 foram ocupadas já na data de fundação pelos seguintes escritores: Rosa de Lima Araújo Luz, José Martinho Leal, Olívia da Silva Rufino Borges, Francisco das Chagas de Sousa, José Aécio Bezerra Lima, Luís Bernardes Lima, José Nunes de Barros, Edvaldo Pereira de Moura, Raimunda Fontes de Moura, Maria de Jesus de Sousa Martins, José Osvaldo Lavor de Lima, Absolon de Deus Nunes e Francisco de Moura Barbosa. As demais cadeiras ficaram em vacância, aguardando-se a realização de eleições posteriores.
Durante muito tempo a entidade permaneceu com o quadro de 13 imortais, reunindo-se em locais provisórios. De início, na Escola Técnica Estadual Petrônio Portela, tendo em vista ser o local de trabalho da primeira presidente, Rosa Luz.
O segundo mandato teve à frente o jurista e acadêmico José Martinho Leal, que por motivo de transferência para a cidade de Fortaleza, passa o cargo ao vice-presidente, Juiz de Direito Edvaldo Pereira de Moura. Por causa disso, as reuniões passam a acontecer no Fórum Senador Helvídio Nunes. Por ser também diretor do Fórum, o Bacharel Edvaldo Moura cede uma sala, no mesmo prédio, para o funcionamento provisório da ALERP.
Edvaldo permaneceu na presidência da ALERP por sucessivos mandatos, de 1992 a 2004, durante seis gestões, perfazendo 12 anos de serviços à Academia.
Doutor Edvaldo é transferido para Teresina e com a sua saída, a ALERP perde a sede provisória no Fórum e os arquivos bibliográficos foram guardados em imóvel cedido pelo senhor Gil Marques de Medeiros.
A falta da sede própria se traduz em dificuldade para o projeto de cultura da ALERP. O então prefeito de Picos Abel de Barros Araújo, atendendo a solicitação dos acadêmicos, encaminha ao Legislativo Picoense Projeto-de-Lei propondo a doação à ALERP da antiga Casa do Tiro de Guerra, posteriormente Casa do Estudante.
A Câmara aprovou o projeto de doação na gestão de Abel Barros, mas a formalização só veio a acontecer na segunda gestão do prefeito José Néri. O prédio, localizado na Praça João de Deus Filhos, 225, Centro, passou por ampla reforma e a nova sede foi inaugurada em 27 de dezembro de 2003, ainda na gestão do então presidente Edvaldo Pereira de Moura.
O mesmo foi sucedido pelo Jornalista Francisco das Chagas de Sousa (Chaguinha), que dirigiu a entidade por três mandatos consecutivos, de 2004 a 2010. Dentre as realizações do período, destaca-se que Chaguinha e sua diretoria implementaram modificações no calendário cultural, ampliando-o, priorizaram a abertura diária da sede, apoiaram e incentivaram lançamentos de livro, inauguraram, em 19 de dezembro de 2007, a Galeria dos Imortais, com o nome de Francisco Miguel de Moura e nesta mesma data, a reforma do Auditório da ALERP, denominado a partir de então, Auditório Edvaldo Pereira de Moura. Ressalta-se ainda que, em 21 de outubro de 2009 é reformada e reinaugurada a Biblioteca Fontes Ibiapina.
No biênio 2010/2011 a ALERP foi presidida pelo psicólogo José Evilásio de Moura. Ao final desta gestão, a Academia já se encontrava com 30 cadeiras ocupadas.
No biênio 2012/2013, preside a entidade, a professora e jornalista Francelina Macedo, que priorizou o intercâmbio cultural da ALERP com entidades afins. Nesse liame, a Academia passou a abrigar em sua sede a União Picoense de Escritores – UPE, que congrega em seus quadros 68 escritores, entre poetas, repentistas, cordelistas, contistas, romancistas e articulista de todas as idades. A mesma política foi adotada para funcionamento do Projeto Bar Cultural – PBC, que também passou a ocupar uma sala nas dependências da ALERP. No período, incentivos a lançamentos de livros e realização de inúmeras palestras solicitadas por escolas, do ensino fundamental à universidade. Este trabalho de divulgação da literatura picoense no meio escolar e na imprensa e a abordagem de temas sociais relevantes também tem interessado a entidades governamentais e não governamentais de Picos e região, atendido por meio de parceria com a Academia de Letras. No dia 19 de outubro de 2012, a ALERP realiza o lançamento oficial da sua Bandeira, de autoria da Artista Plástica Mundica Fontes, e o lançamento oficial do Hino à Academia, com letra e música da Poetisa Francelina Macedo.
Dos expedientes de produção, divulgação e integração das expressões culturais do centro sul do Piauí, tem-se que a data magna da Academia é o dia 22 de outubro, dia da fundação, quando é realizado anualmente o Seminário de Literatura Piauiense e Picoense. Destaca-se também como ferramenta utilitária à Missão da ALERP a instituição do INFORMATIVO ALERP, jornal que teve início ainda na gestão de Edvaldo Moura, com o trabalho da comissão de divulgação constituída pelos acadêmicos Osvaldo Lavor[4], Inácio Baldoíno e José Nunes. Na gestão de Francisco das Chagas (2004-2010) o Informativo contou com a colaboração de Júlio César Bertosos[5]. O Informativo é retomado em 2012, na gestão da Professora Francelina Macedo, que o vem mantendo em periodicidade mensal, com uma tiragem de 500 exemplares, distribuídos em escolas, entidades culturais e parceiros.
REFERÊNCIAS
FONTES Mundica. História Oral: fragmentos de memória como participante do ato de fundação da ALERP. junho/2012.
HISTÓRIA ORAL. Fragmentos de Memória: depoimentos de acadêmicos e pessoas que participaram do ato de fundação da ALERP, junho/2012.
LIMA, José Osvaldo Lavor de. Depoimento oral concedido em 18 de julho de 2012.
NETO, Adrião. Escritores Piauenses de Todos os Tempos: dicionário biográfico. Teresina: Halley AS, 1995.
SOUSA, Francisco das Chagas de. Folheto de Divulgação da ALERP. (ano?)
[1] Texto compilado em 17 de julho de 2012.
[2] Presidente da ALERP (gestão 2012/2013).
[3] Eleito na mesma reunião Sócio Benemérito da ALERP, por sugestão do escritor Ozildo Batista.
[4] Desse período, não se tem a data exata da instituição do INFORMATIVO ALERP, nem o número de edições veiculadas.
[5] Referente a este segundo momento, foram encontradas na presente pesquisa 6 edições, algumas no arquivos da Academia e outras cedidas pela acadêmica Mundica Fontes.
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