ALERP
ALERP
27/02/2021 09:24:46 | Por: Deolinda Maria de Sousa Marques | Visitas: 749
Imagem: Divulgação
Com imensa satisfação, a Academia de Letras da Região de Picos – ALERP, divulga em tempo hábil o resultado do exitoso Concurso de Poesia/2020.
O concurso foi coordenado pelo poeta e acadêmico da ALERP Vilebaldo Nogueira Rocha e a Comissão Julgadora, composta por quatro poetas, sendo um da ALERP – Francisco Valentim Neto – e três da Academia Cruzeirense de Letras – Cruzeiro – DF: Carlos Eugênio, Mauro Rocha e Rafael Fernandes, que de forma competente e imparcial apresentaram o resultado a saber.
Conforme consta no Edital, foram classificados três poemas em cada uma das categorias constantes do concurso, de um universo cinquenta e quatro (54) inscrições: 48 da categoria adulto e 12 da categoria infantojuvenil:
CATEGORIA: ADULTO
1° Lugar
TRIVIAL
De dia em mim o sol desponta
O que à noite a lua remonta.
Resvalo no alo desenfreado da vida;
Vertido em bares, ruas e esquinas;
- a verne de uma longa e tortuosa avenida-.
Versado em veladas línguas.
Sou metade cidadão,
Nascido no alto da serra,
Cravado na terra;
Ungido em ribeirão.
Meu nome é qualquer um:
Francisco, André, Cipriano,
José Maria ou Vila Branco
Homem sem verniz
Lugar Comum.
Pseudônimo: Dante Alighiere
Poeta: Ezequiel Moura Rocha Marques
Cidade: Picos-PI
2° Lugar
SONHO DE UM RIBEIRINHO
Numa noite mal dormida
Pensando em minha tristeza
Dormi pouco, mas sonhei
Com tão imensa riqueza.
Nessa história vou narrar
Essa beleza sem par
Presente da natureza.
Fui rever o Rio Guaribas
Nessa viagem só minha.
Comecei perto da Bocaina
Ali na Cachoeirinha
Muito lindo esse lugar
Onde pude observar
Toda beleza que tinha.
Cheguei no poço de Aurora
A viagem sendo seguida
No poço de Joaquim Preto
Foi onde pensei na vida
Admirando a beleza
Sem achar que a natureza
Pudesse ser destruída.
Na areia limpa do rio
Numa brincadeira amiga
Com uma turma de meninos
Mas parecia uma briga
Sem ver quentura no sol
Brincavam de futebol
Com uma bola de bexiga.
Lá no poço de Pascoal
De longe observei
As mulheres lavando roupas
Passei lá e não parei
No sonho, eu era pequeno
E pela vazante de Neno
A andar continuei.
Do beco de Chico Brejo
Vi o poço dos Homens lotado
Tinha uns jumentos com ancas
E um bocado de gado
João Trajano ali chegou
Encheu as cargas e voltou
Como se tivesse apressado.
No poço grande em Curral Velho
Fiquei impressionado
Com uns rastros que tinha lá
De muitos tempos passados
Um menino fazendo fole
Pisou num lajeiro mole
Ainda ao ser moldado.
O poço de João Neném
Que também passei por lá
Vizinho à Furna Grande
Um lugar pra se filmar.
Era um lugar diferente
Onde andava muita gente
Pra conhecer e pescar.
O Tamboril era um poço
De beleza sem igual
Tal qual o poço Assa Peixe
Da fornalha natural
Que existia no lajeiro
Debaixo de um Juazeiro,
Pra assar peixe era legal.
Depois era o Canal
Um lugar muito bem feito
Água passava entre pedras
Num lugar chamado Estreito
De águas claras e correntes
Quem fez foi inteligente
Pra fazer tudo perfeito.
Pra chegar lá na Nascença
Passava na cachoeira
Foi quando a coisa mudou
Foi feita a grande besteira
A água já aumentou
A Nascença se acabou
Morreu o rio e a ribeira.
O rio Guaribas morreu
E com ele se acabou
O trabalho do ribeirinho
E nada de bom restou
Deus conseguiu criar
O homem fez foi acabar
Com aquilo que Deus deixou.
Pseudônimo: Negão da Ribeira
Poeta: Joaquim Marques Neto
Cidade: Bocaina-PI
3° Lugar
SONETO DE TRANSIÇÃO
Eis qu’eu devo mudar a contragosto
Meus versos sublimes (quão são herméticos)
Há de devir n’outro curso oposto
Cousa maior que meus conceitos céticos
Dos pés descalços à maturidade
Fecho do livro capítulo pueril
Empanturrando-me de modernidade
Regurgito um poema juvenil
Drummondeando o pressente terceto
Escrevo às pedras do caminho
Das grandes às pequeninas
E novo ser ei de ser, será?!
A febril caneta não rabisca à pantomima
Do velho cordeiro em pele de lobo
Pseudônimo: El Caronte
Poeta: Carlos André Bezerra Pimentel
Cidade: Teresina-PI
CATEGORIA: INFANTOJUVENIL
1° Lugar
SOMOS MESMO HUMANIDADE?
Somos mesmo humanidade?
Ou somente invenção?
Já disse Ailton Krenak
Setenta porcento estão
Totalmente alienados
Eles foram arrancados
Em um processo de evasão.
Resultado da colonização
Essa modernidade jogou
A sustentabilidade no ralo
Um mito nos embalou
Que não somos uma parte
Do que nos faz contraparte
A mesma história perdurou.
Temos que sempre lembrar
Dos nossos laços de origem
Que nos dá identidade
Nos tira dessa vertigem
Desse mundo que ficou louco
Que deixa a gente com pouco
Respirando a fuligem.
Pseudônimo: J. Erre
Poeta: Jacob Rocha Eremita
Cidade: Vila Nova do Piauí-PI
2° Lugar
O RECEIO DESSA TERRA NUNCA FOI A POESIA
Caros colegas, alegro-me em falar,
Sem esquecer de ninguém, no rumo e sem gaguejar
Sobre tudo que lutamos e temos que guerrear.
Hoje a terra está fértil, tudo verde com certeza,
A alma piauiense se engrandece de beleza
Mas isso não é desculpa pro mal gerar malvadeza.
Prestigioso e incrédulo ele manda ordens exatas,
Sem saber o que falar tocando fogo nas matas,
O capitão de Brasília falará mal e outorgada.
Perdendo seu grande amigo, que perdeu e não aceita
Lá ele quer mandar, mas o povo o rejeita,
Só falta aqui no Brasil, vai acabar na sarjeta.
O hoje e o amanhã tá escrito, não se preocupe parceiro,
O que tá dito foi dito a mentira é passageira
Tudo será revelado esquecendo a besteira.
Se aperreia quem está vivendo em casa de telha,
Chamado de vagabundo, gritando de incerteza
Será que hoje teremos mistura pra pôr na mesa?
Mesmo assim é criticado “ele não quer trabalhar!”
Vive sempre descansando, dormindo e sem ajudar
Sem eles o Brasil pra melhor há de ficar.
Muitas vezes fomos responsáveis por feitos de grandes terras,
Cidades construímos, mas temos estradas de terra,
Onde está o pagamento que aqui se encerra?
Essa terra tão bonita, sonhadora e vigorosa
Cheia de grandes feitos, por muito tempo honrosa,
Mas hoje é chamada de parte mais preguiçosa.
Preguiça que a poesia não enxerga em seus versos,
Entre Athayde, Ariano e Patativa é o reverso
Essa terra na verdade é onde nasce o sucesso.
Sucesso de grandes nomes da cultura popular
Que lemos, relembramos e dá gosto de falar,
Pois usufruímos de cultura e virtude em primeiro lugar.
Pseudônimo: Ivan Sousa
Poeta: Eugenivan Matias de Carvalho
Cidade: Alagoinha do Piauí-PI
3° Lugar
QUIÇÁ
Teu sorriso enferrujado no calor da tarde
Teu rosto molhado com todo veneno
Teu lábio preso as nossas vaidades
Teu sangue não corre pelo curso pleno
Meu pesar, é querer estar contigo
Meu sofrer, é tentar me libertar
Meu querer, é fugir para um campo florido
Meu viver, é um eterno correr sem chegar
Não morra pelos teus defeitos
Busque a verdade no olhar da ave
Se teus privilégios forem meus direitos
Se cubra de escudos pela sociedade
A minha insistência em querer-te longe
O meu desejo por manter-te perto
Nossos lençóis freáticos nos sábados
Aos domingos, dunas quentes no deserto
Onde estais, que não te vejo?
Como permaneces em mim?
Por que tento, mas não te deixo
Chegaste no início e queres meu fim
Pseudônimo: Carlos Duda
Poeta: Carlos Eduardo Ramos Silva
Cidade: Vila Nova do Piauí-PI
A ALERP sente-se honrada e agradece a participação de todos os poetas e, sobretudo, o trabalho gratuito e eficiente da Comissão Julgadora e do Coordenador do concurso, o poeta Vilebaldo Rocha.
Viva a poesia!
Picos – PI, 27 de fevereiro de 2021.
Deolinda Maria de Sousa Marques
Presidente da ALERP
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Obrigado Alerp sempre gostei de poesia fiquei muito alegre por tal conquista????????????
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