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Vinha ao mundo em 28 de setembro de 1925, a pessoa que marcaria definitivamente a história de Picos e do Brasil. Esta pessoa é Helvídeo Nunes de Barros. Filho de Joaquim Baldoíno de Barros, que foi agricultor e pecuarista por vocação e tradição, e Isabel Nunes de Barros.
Casou-se com a Srª Maria Teresinha Nunes de Barros. Desse matrimônio obtiveram seis filhos: Maria Elizabeth, Teresa Mônica, Ana Zélia, Carlos Luís, Verônica Maria e Márcia Maria. Fez o curso primário no Grupo Escolar Coelho Rodrigues em Picos. Partiu para o Ceará onde cursou o ginásio no Ginásio de Crato. Embarcou para o Rio de Janeiro onde fez o científico no Colégio Pedro II. Preparado fez o curso superior na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, de 1945 a 1949.
Em Picos exerceu o mandato de prefeito de 1955 a 1959, inclusive deu uma entrevista ao jornal Diário de Notícias de 18 de julho de 1957, do Rio de Janeiro, comentando sobre a situação em que a cidade do seu coração, Picos, se encontrava, sem o apoio do Estado que não mandava verbas suficientes.
Profissionalmente exerceu os seguintes cargos: Diretor- Chefe de Crítica, órgão do Centro Acadêmico “Candido de Oliveira” – Rio de Janeiro – RJ; advogado no Piauí, prefeito municipal de Picos no período de 1955 a 1959, Deputado Estadual por duas legislaturas, de 1959 a 1966 no Piauí; Presidente do Diretório Regional da União Democrática Nacional; Secretário de Estado de Viação, Obras Públicas, Agricultura, Indústria e Comércio do Piauí; Secretário de Educação e Cultura do Piauí em substituição; Governador do Estado do Piauí de 1966 a 1970, Senador da República por duas legislaturas seguidas, de 1971 a 1987; Líder de Governo na Assembléia Legislativa; Membro efetivo da Comissão de Economia do Senado Federal; vice-presidente da maioria e da ARENA; Presidente da Comissão de Legislação Social; Membro da Comissão de Constituição e Justiça e muitos outros cargos de relevância. Fez o curso da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra em 1971.
Helvídio Nunes era um grande amigo de Justino Luz, durante quase vinte anos percorreram os mesmos caminhos. Recebeu de Justino a prefeitura de Picos em 31 de janeiro de 1955; devolveu-lhe o comando municipal em 31 de janeiro de 1959.
Helvídeo Nunes de Barros Lutou a favor da construção da Barragem de Bocaina, na época houve até um abaixo-assinado contra a construção da mesma, liderado por José Batista de Carvalho e alguns agricultores que não aceitaram que suas terras, as mais férteis da Fazenda Bocaina fossem inundadas. E o pior é que até mesmo algumas das mais altas autoridades de Picos, à frente o Prefeito e o vigário da paróquia, haviam assinado o pedido, seduzidos pela velha e ardilosa justificação. Lutou quando prefeito de Picos, Deputado Estadual, Secretário do Estado, sobretudo como Governador do Piauí em favor da construção do açude de Bocaina. Em 1980 o ministro do interior, autorizou a construção do açude Bocaina, em solenidade a que compareceu, como representante do Piauí no Senado Federal.
Helvídeo Nunes ministrou algumas conferências dentre elas podemos citar algumas: PROBLEMAS DO PIAUÍ, para alunos da Escola Superior de Guerra em Teresina; O PIAUÍ DE HOJE; REALIDADE PIAUIENSE; O PIAUÍ; REALIDADE DA AGRICULTURA NORDESTINA, no simpósio “O homem e campo” promovido pela Fundação Milton Campos e FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE. Viajou o mundo com suas missões políticas no exterior, sendo representante do Senado Federal na Delegação do Congresso Nacional à Conferência Interamericana de Turismo no Panamá, Lima (Peru), Zurique (Suíça); Observador parlamentar na 32ª Assembléia Geral das Nações Unidas em New York (Estados Unidos); representante do Senado na Delegação ao Congresso do Parlamento Latino-Americano em Paramaribo (Suriname); representante do Senado na 9ª Assembléia Ordinária do Parlamento Latino-Americano na Cidade do México (México). Representou o Senado Federal ainda em Genebra (Suíça), na Espanha, Bulgária, Romênia e França. Foi um homem muito homenageado recebendo várias condecorações como: a Medalha do II Congresso das Assembléias Legislativas em Porto Alegre; Medalha da Academia Piauiense de Letras, Jubileu de Ouro; Medalha do Parlamento Latino-Americano; Medalha dos 30 anos do Banco do Nordeste do Brasil; Ordem Estadual do Mérito Renascença do Piauí; Grande Oficial da Ordem do Ipiranga; Medalha da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste; Medalha José Bonifácio e muitas outras.
Foi assim como um grande político um grande escritor tendo publicado muitos livros podendo ser citados: O PIAUÍ NA PAISAGEM DO NORDESTE (1971); PROBLEMAS E REINVIDICAÇÕES DO PAUÍ; UMA VISÃO DO NORDESTE (1973); O NORDESTE E O ICM (1975); O NORDESTE (1976); REFLEXOS DO NORDESTE – ICM, FINOR, FPE E FPM; PLENÁRIO E COMISSÕES; ATIVIDADES PARLAMENTARES (1979); O PIAUÍ E O NORDESTE (1980); O PIAUÍ – PROBLEMAS E SOLUÇÕES (1981); INSTANTES DE UMA VIDA (1981); REFORMA TRIBUTÁRIA (1982); NORDESTE – LUTA QUE SE RENOVA (1983); O NORDESTE E OUTROS TEMAS (1984); O NORDESTE E OUTROS TEMAS (1985); O NORDESTE (1986); TEMPO DE POLÍTICA (1996), a maioria sobre discursos proferidos e pareceres. Faleceu no dia 03 de novembro de 2000 deixando uma lacuna impreenchível na política do Piauí e na sociedade de Picos.
Um homem sapientíssimo que sempre soube representar a sua terra em qualquer lugar que estivesse e que lutou pelos direitos de seu estado, de sua cidade.
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