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Maria de Jesus de Souza Martins nasceu num certo dia 21 de Setembro, (que se reproduzindo em repetitivos “dias 21 de tantos Setembros”), vai, naturalmente, lhe emurchecendo no jardim da fisiologia vital. Entretanto, nunca mediu os seus dias pelo tempo que passa, porque não sente a idade que tem. A extensão numérica de sua cronologia só lhe interessa pelos “circuitos onde os seus valores são modulados”.
É filha de Ricardo Rodrigues Martins (in memorian), e de Raimunda Rodrigues Martins (Dona Mundica). Orgulha-se de ter surgido no mundo, num maravilhoso crepúsculo matutino que enfeitava o céu da Fazenda Boqueirão (Município de Picos), como se saudasse – com o seu lenço azul – a menina que nascia cheia de sonhos e dos mais bonitos ideais.
Em idade de receber os benefícios da vida sistematicamente educacional, vem residir em Picos.
Realizou o curso primário no Grupo Escolar Coelho Rodrigues, sucedendo-o no Ginásio Estadual Marcos Parente. Cursou as suas lições preparatórias para professores do 1° Grau na Escola Normal Oficial de Picos. Ingressou nos estudos universitários, especializando-se em Ciências da Natureza.
Retorna a Picos como professora qualificada nas atividades específicas das Ciências Biológicas. Fascinada pelos encantos da Língua Portuguesa, alcança aprovação no primeiro vestibular realizado pelo Campus Universitário de Picos, dando entrada no curso de Letras. Chegou a cursar várias cadeiras, mas, infelizmente, teve que interromper os seus estudos porque a sua audição já enfraquecia e ela tinha que poupá-la para o ministério que exercia.
No campo do trabalho, foi professora de Português, Estudos Sociais e Ciências Físicas e Biológicas. Exerceu – por um longo período – a função de Coordenadora de Artes Práticas, e embora não sendo qualificada na Parte Diversificada estabelecida pela Lei 5.692 / 71, desempenhou um bonito trabalho, chegando a ser chamada por alguns colegas de “marca registrada” do Complexo Escolar de Picos.
Acrescenta-se ao seu currículo muitos diplomas de Cursos Complementares, tais como:
- Reciclagem de Aprimoramento Educacional pelo Programa de Extensão Universitária da Universidade Federal de Goiás;
- Supervisão da Nutrição Escolar pela Secretaria de Educação do Estado do Piauí;
- Curso de Desenvolvimento Integral – Convênio da Secretaria de Educação do Piauí com a Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira – São Paulo, SP;
- Curso de Treinamento de “Monitores Para Centros de Recepção Organizada” pela SUDENE - Teresina-Piauí;
- Curso de Educação Funcional pela Secretaria de Educação do Estado do Piauí, na cidade de Campo Maior e vários outros…
Jesus Martins costuma dizer que não sabe se escolheu “ser professora” como sua primeira vocação, mas sabe que exerceu o magistério com a fervorosidade da devoção.
É leitora de muitos livros, mas dá preferência dos clássicos. Pode-se dizer sem exageros – que ela trata com uma certa familiaridade o pensamento de Victor Hugo,(o primeiro romancista que leu), Alexandre Herculano, Tchekhov, Boccáccio, Oscar Wilde, Emily Brontë, Dante, Goethe, Voltaire, Rudolf Eucken… sem deixar de demonstrar sentimento de deleite, enlevo, respeito e admiração pelos grandes literatos brasileiros, e quando se faz necessário, alegra-se por poder usufruir dos conselhos da paternidade filosófica representada por Sócrates, Platão e Aristóteles.
E é na Literatura e na Filosofia que Jesus Martins coloca “A VIDA NA ATIVIDADE.” Compõe poemas, crônicas, discursos, textos argumentativos, paródias… E com tal intrepidez, rompeu as fronteiras entre o Piauí e a Região Centro-Oeste do país, onde o seu texto “Nível de Fala” foi escolhido e publicado num livro didático de 5ª série do 1° Grau, editado pelas autoras: Lúcia Helena Vendrusculo Possari e Maria Lúcia Cavalli Neder – Goiânia – Goiás. Participou do livro “Registro do Jubileu de Ouro do Instituto Monsenhor Hipólito,” com a poesia “IMH, a Grande Construção.”
Jesus Martins sabe ser PICOENSE TODO DIA tanto na prosa como na poesia, e apesar de não ambicionar “a erudição da eloqüência”, é sempre aclamada pelos aplausos da mais exigente audiência.
E se o assunto é “Arte”, ela não repele a metafísica que tenta abranger em seus conceitos “de que as suas manifestações através do belo” podem ser indispensáveis às asperezas da vida. Sobre o “acadêmico” que se dispõe a cultuar - em “língua” – a história da humanidade, admite-o como um membro de uma agremiação de cultura que deve se preocupar com a veracidade dos fatos e com a seriedade do pensamento que expõe para, com um vigor penetrante e largueza de vista, realizar louváveis trabalhos culturais com uma demonstrada concepção do mundo sensível das Letras.
Jesus Martins possui projetos de intenções literárias para publicar. Promete que eles virão a lume, mas - por enquanto – nada sobre seus exemplares ela quis acrescentar.
No dia 12 de Dezembro de 1989, Jesus Martins recebeu a dignidade honorífica de representar, na Academia de Letras da Região de Picos, a Cadeira n° 10, tendo como patrono…
… Mário Rodrigues de Deus Martins.
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