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Benvinda Nunes Santos nasceu no dia 12 de setembro de 1916, em Sussuapara, na época povoado de Picos, hoje município emancipado. Filha do primeiro casamento de Elizeu Pereira Nunes com Caetana Leal Nunes, tendo deste primeiro casamento de seu pai, mais duas irmãs: Enói Santos Nunes (in memorian) e Maria Eurides Santos Nunes. Seu pai foi prefeito de Picos na era Vargas. Benvinda Nunes teve uma infância como a de qualquer outra criança, gostava de brincar de escola demonstrando o que iria se confirmar no futuro, que seria uma profissional do ensino dedicada, também gostava de brincar de dramatização com suas colegas. Foi uma criança privada de viver solta pela rua de acordo com os costumes da época, mas era muito comportada, amiga e acima de tudo obediente.
Sua mãe morreu em 1919.
Seu pai, Elizeu Pereira Nunes casou-se novamente, quando ela tinha 08 anos, com Maria Gomes de Matos Nunes (hoje com 102 anos), por quem foi criada. Do segundo casamento do seu pai, teve onze irmãos: Osmar Pereira Nunes, Dulce Gomes de Matos Nunes Maia, Carlos Eudes Pereira Nunes (in memorian), Enói Nunes Martins, Djalma Pereira Nunes, Maristela Nunes Santana, Nilza Nunes Leandro, José Virgílio Pereira Nunes, Dinorah Nunes Medeiros (in memorian), Francisco Pereira Nunes e José Pereira Nunes. Mantinha uma ótima relação com seu pai e o ajudava bastante, pois ele já não enxergava mais. Seus estudos primários foram feitos na cidade de Picos e seu estudo superior em Teresina, formando – se para professora. No dia de sua formatura sua irmã Enói Santos Nunes morreu atingida por um raio deixando grande tristeza.
Em sua adolescência, foi uma pessoa comportada e que sempre se mostrou precoce, inclusive formou-se ainda jovem.
Com um rico currículo dedicou sua vida ao magistério. Professora, diretora das unidades escolares Coelho Rodrigues e Justino Luz, ocupou o cargo máximo de sua carreira quando se tornou secretária de educação, época que tinha como prefeito o dr. José Nunes de Barros.
Era uma mulher forte e lutadora. Encerrou suas atividades profissionais na Escola Normal Oficial de Picos, quando era diretora da instituição uma mulher tão importante quanto ela – Luzia Moura Barros (dona Zizi). Trabalhava a favor tanto de seus familiares, quanto de pessoas que não conhecia. Existem várias pessoas que hoje são formadas e se encontram bem na vida com um emprego digno graças ao esforço de dona Benvinda em ensinar e ajudar. Mesmo na sua velhice nunca parou de trabalhar, era muito esperta e dinâmica na sala de aula. Também era muito enérgica e dava muitos conselhos e sempre mostrava para as crianças que ensinava, que a pessoa sem ler e escrever não era ninguém na vida. Sua vida era para o trabalho, mas sempre quando tinha tempo dava um pulo na sua chácara na Sussuapara nos finais de semana, seu canto para restabelecimento das energias.
Fez parte das filhas de Maria e foi zeladora do Sagrado Coração de Jesus. Foi casada com Francisco Santos Sobrinho, um farmacêutico de renome em Picos. Não teve nenhum filho, mas adotou e educou, como se filho fosse, Helder Nunes Santos, cantor e compositor muito conhecido na cidade de Picos.
Faleceu no dia 1º de março de 1994 com problemas intestinais, não se sabe até hoje, as causas que geraram esses problemas. Se viva fosse, teria completado em setembro passado, 88 anos.
Benvinda Nunes foi uma mulher do seu tempo, amiga e solidária, ajudou várias pessoas na cidade de Picos, fazendo doações para os pobres. Além de tudo isso, era conselheira de suas irmãs e irmãos, como também de qualquer pessoa que se aproximasse à procura de ajuda.
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