ALERP
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Em Baixio dos Macacos no dia 10 de outubro de 1917, veio ao mundo Francisco de Moura Barbosa sendo seus genitores José Gonçalves de Araújo e Maria Raimunda de Moura. Casado com Maria de Moura Barbosa (já falecida), conhecida em vida como Dona Mocinha, com quem teve 11 filhos: Rui Barbosa de Moura, José de Moura Barbosa, Pedro Raminho de Moura Barbosa (in memorian), Luiz Wilton de Moura Barbosa (in memorian), Antonio de Moura Barbosa, Maria Lêda de Moura Barbosa, Rangel de Moura Barbosa, Raimundo de Moura Barbosa, Joaquim de Moura Barbosa, Espedito de Moura Barbosa, gêmeo com João de Moura Barbosa (in memorian).
Foi alfabetizado em apenas três meses de escola, tendo como professores particulares: Joaquim Albano da Silva (Neném Albano) e Joaquim Leite de Oliveira. Começou sua vida de trabalho como lavrador, depois como comerciante vendia mercadorias em geral e industrial de uma pequena fábrica de cachaça de mandioca. Era vendedor ambulante nos lugarejos no período de 1950 a 1960.
Trabalhou como sócio e farmacêutico prático na farmácia Santa Luzia, de Teresina. Novamente em 1962 voltou a trabalhar como comerciante com uma mercearia e em 1966 com uma loja de tecidos, trabalhou como construtor nas horas acessíveis.
É aposentado, aproveitando o tempo para escrever as reminiscências da juventude, relembrando a época de seresteiro e de animador de terreiros em noites enluaradas.
Em 1976 lançou um livro de poesias e prosas “PERDI MEU TEMPO”. Em 1990 lançou TEMPO SEM TEMPO, aproveitando o momento festivo do centenário de Picos. O livro contém poesias, crônicas, versos populares, cartas, fotos da gruta do Cristovinho. Traz uma nota literária do escritor Francisco Miguel de Moura, prefácio de Adrião Neto e capa de Mundica Fontes. Sua última obra publicada foi REMINISCÊNCIA.
Chico Barbosa, apesar de ser autodidata é poeta e escritor de mão cheia. Homem de poucas letras, mas de uma visão empreendedora nunca visto. Sempre buscou nas crises as oportunidades, estando sempre além do seu tempo. O que hoje se pratica para atrair clientes, o que se busca para nas atividades comerciais para sair da crise, fazendo a oportunidade surgir, Chico Barbosa já fazia a décadas atrás, quando ainda era comerciante. Fatos como: Quando mudou a moeda nacional: conto de réis para cruzeiro, a comunidade de sua localidade “jogou o dinheiro fora”, por achar que não tinha mais valor, Chico Barbosa como sendo um homem de visão, foi atrás de cada morador e pediu-lhes o dinheiro emprestado, dando uma promessa de que lhes pagaria oportunamente, para quem já se considerava com o prejuízo, tinha agora uma promessa. Chico Barbosa pegou esse dinheiro “sem validade” e foi a Fortaleza – Ceará e conseguiu trocar o dinheiro numa agência bancária e comprou todo de “fazenda - tecido”, retornando à sua região com um número sem fim de fazendas, tornando-se um “caxeiro viajante”, início de sua trajetória de sucesso profissional.
Em seus 87 anos de vida, muitas são as suas histórias de sucesso, acreditando nas crises e buscando com elas o crescimento. Um fato interessante foi que num momento de seca em Itainópolis, onde tinha estabelecimento comercial, Chico Barbosa ao ver o gado morrendo, resolveu comprá-los e trazer para Picos, assim o fez um trouxe carradas e mais carradas de animais, uns morriam na estrada mesmo, mas como comprara num preço baixo, o prejuízo não era tanto, chegando em sua fazenda nos cabaços, aproveitou as rapaduras do seu depósito e as derreteu e deu aos animais, todos escaparam e lhe deu um lucro enorme. Outro fato, lembrado por ele, que lhe deu prejuízo, mas poderia ter lhe rendido muito, já cansado da vida em Picos, pensou no futuro dos seus filhos, que eram muitos, e comprou uma farmácia em Teresina e adquiriu a fazenda Ininga, onde hoje funciona a Universidade Federal do Piauí e parte do Jockey, mas não teve a aprovação de Dona Mocinha e depois de caminhar três meses para a fazenda, resolveu desfazer do negócio ficando no prejuízo do que já havia pagado. Se hoje estivesse morando em Teresina, certamente seria um dos homens mais ricos da capital piauiense e todos os seus filhos também lá estariam bem estabelecidos, apesar de que todos se encontram em Picos, formados e bem estruturados.
E por falar em seus filhos, Chico Barbosa é daqueles homens que quando coloca uma idéia na cabeça, fixa-a e não se conforma enquanto não a executa. Disse ele, depois de uma idade já avançada, mas consciente de suas ações, homenageado com uma rua e dando nome a um colégio da rede municipal, que estava cansado de ser rico e resolveu partilhar tudo que tinha com os filhos, pois queria apenas o suficiente para sua sobrevivência, sua casa, o carro e sua aposentadoria. Com isso, pegou todo patrimônio e dividiu entre os filhos de documento passado, não deixando mais herança, nem briga e ainda por cima ficou feliz – fundamentou sua decisão. A vida de Chico Barbosa é um livro, basta narra-la desde o seu nascimento.
Membro fundador da Academia de Letras da Região de Picos, sendo o primeiro ocupante da cadeira nº 13, adotando como seu patrono o filho ilustre de D. Expedito Lopes, Francisco Lopes dos Santos. Seu Chico como era chamado por todos faleceu nas primeiras horas do dia 28 de Abril de 2005 e recebeu a homenagem da ALERP com a publicação do livro UM TRIBUTO A CHICO BARBOSA no dia 08 de Maio de 2005, por ocasião do dia do artista plástico e se tornou patrono da cadeira No. 27.
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