ALERP
ALERP
Marcos de Araújo Costa, nasceu no Arraial do Paulista (hoje município de Paulistana), em 1870, filho do Dr. Marcos Francisco de Araújo Costa, Ouvidor-Geral e responsável pela instrução dos jovens da região. Marcos de Araújo Costa cursou os estudos eclesiásticos em Portugal e, após sua ordenação sacerdotal, retorna a Oeiras, a capital da província.
Em 1820, padre Marcos resolveu mudar-se definitivamente para sua fazenda Boa Esperança (à época pertencente à jurisdição de Oeiras-PI, pois a elevação de categoria de vila para Jaicós se deu em 06 de de 1832), com a finalidade de adaptar a casa grande que herdada de seus pais em uma escola com regime de internato e também dedicar-se às atividades agropecuárias.
Política, no sentido restrito da palavra, nunca lhe interessou. Apesar de ter participado ativamente do movimento pela independência do Piauí e se tornado o mais lúcido assessor do futuro Visconde da Parnaíba, Manoel de Sousa Martins, seu primo, que governou a província do Piauí por quase 20 anos. No entanto, apesar de recusar-se a profissionalizar na política, padre Marcos aceitou ocupar os seguintes cargos: secretário do governo provisório (20/09/1824 a 01/05/1825); Vice-Presidente da província (01/05/1825 a 09/12/1828); membro da Assembléia Provincial (1835). Reeleito, recusou o mandato. Comendador da Ordem de Cristo e eleito Deputado-Geral (correspondente a deputado federal), nunca assumiu o mandato.
Segundo o historiador João Bosco Barreto, o reverendo Marcos nunca se afastou do seu educandário. Ocupou tais cargos mais por insistência dos amigos, em especial do seu primo, o popular Né de Sousa, de quem se tornaria grande conselheiro, pois sua ocupação mesmo era de educador.
De acordo com o também historiador Esmaragdo de Freitas, para o padre Marcos “a Corte ficava muito longe de Boa esperança (hoje padre Marcos em sua homenagem), e a província era obra já realizada, posto que suscetível de aperfeiçoamento que o tempo teria de levar a efeito”. Poderia prescindir dele, enquanto Boa Esperança o reclamava integralmente.
Padre Marcos foi também o responsável pela construção da igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Jaicós, que empreendeu a obra com a ajuda de particulares e do governo do Piauí, tendo sido a mesma concluída em 1839.
Faleceu no dia 04 de novembro de 1850, na fazenda Boas Esperança, e o presidente da província à época, José Antonio Saraiva, declarou: “A morte do reverendíssimo padre Marcos, que encheu de dor a todos os corações piauienses, fechou as portas da única casa de educação que esta província possuía”.
Seus restos mortais estão sepultados na igreja matriz de Jaicós, próximo ao altar-mor de Nossa Senhora das Mercês, à direita da primeira coluna.
“A casa de padre Marcos assemelha-se, a um oásis no meio do deserto! Ali se achava remédio para todo os males: ali se encontrava alimento, conforto, dinheiro e instrução” palavras do escritor piauiense Pereira da Costa.
© 2024 - Academia de Letras da Região de Picos - ALERP