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Mário Rodrigues de Deus Martins nasceu no dia 14 de outubro de 1903 na cidade de Picos - estado do Piauí e faleceu na terra que o viu nascer aos 65 anos de idade, no dia 22 de novembro de 1968.
Mário Martins era filho do Major Pedro Rodrigues de Souza Martins e de Adalgisa Licínia de Deus Martins. Realizou os seus estudos do primário em Picos. Iniciou o ginásio na cidade de Floriano - Piauí, concluindo-o em São Luís - Maranhão.
Para cursar o colegial, Mário Martins optou por fazer as primeiras etapas em Salvador - Bahia, e as últimas etapas em belo Horizonte - Minas Gerais.
Mário Martins era - como se diz - um verdadeiro "caçador de esmeraldas!". Das esmeraldas que ornamentam a beleza realçada pelo aperfeiçoamento intelectual e segue para o Rio de Janeiro (na época, capital do Brasil), e na cidade maravilhosa se especializa em Português, Latim, Grego, Literatura e Filosofia.
Retorna a Picos.
Em 1921, fundou e dirigiu o Colégio Particular Coelho Rodrigues (hoje, registrado oficialmente pelo estado como Unidade Escolar Coelho Rodrigues). Para fundar essa instituição de ensino, Mário Martins contou com a colaboração do professor Miguel Lidiano. O Colégio Particular Coelho Rodrigues fundado por Mário, funcionava em regime de internato, atendendo a adolescentes de Picos e de sua região.
Sentindo-se - dessa forma - realizado por beneficiar a sua terra - mãe com um estabelecimento educativo, Mário Martins retorna ao Rio de Janeiro para desenvolver o seu potencial de jovem agraciado por privilegiada inteligência. No Rio de janeiro foi professor, jornalista, cronista, contista, escritor didático... e poeta!...
Em 1926, foi para o Rio Grande do Sul, onde exerceu função ativa no JORNAL "LA NATION" na cidade de Uruguaiana (fronteira com o Uruguai), influenciando a candidatura de Getúlio Vargas para Presidente da República e a de Batista Luzard para o Senado.
Em 1930, é convidado pela Imprensa Oficial do estado de Minas Gerais. Retorna a Belo Horizonte como jornalista. Em Belo Horizonte, presta serviços à imprensa, publica obras... sem esquecer a sua missão de operário da formação de cidadania. Exerceu o magistério e o jornalismo em vários estados do Brasil: Piauí, Bahia, Rio grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro viveu a maior parte de sua vida.
Era um ilustre mestre de temperamento modesto. Gozava de respeitável reputação como professor do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro. Logrou notáveis conceitos emitidos nos 22 estudos de autores brasileiros existentes no II vol. da "A Evolução da Literatura Brasileira, 1945".
Pode-se resumir a sua farta cultura em obras variadas, tais como:
- História Universal - Salvador - BA, 1922;
- Educação Moral - Porto Alegre - RS, 1927;
- Taça de Cristal (Tradução) Porto Alegre - RS, 1930;
- Vida Corrente (Contos), Belo Horizonte,1931;
- Estudo Sistemático dos Verbos Portugueses - Belo Horizonte, 1932;
- Tratamento (monografia) - Rio de Janeiro, 1935;
- A Evolução da Língua Nacional - Rio de Janeiro, 1935;
- Cântico dos Cânticos - poemas em prosa - Rio de Janeiro, 1938;
- Biografia de 5 minutos - Rio de Janeiro, 1938;
- A Acentuação nas Reformas Ortográficas - Rio de Janeiro, 1939;
- Vida - Crônicas, Estudos Biográficos - Rio de Janeiro 1939;
- Ortografia - Rio de Janeiro, 1944;
- A Evolução da Literatura Brasileira, I e II Vols - Rio de Janeiro, 1945;
- Mulheres Bíblicas e outros Poemas - Rio de Janeiro, 1957;
- História Maravilhosa das Palavras - Rio de Janeiro, 1960.
Comparado à constelação dos grandes poetas brasileiros, Mário Martins não foi uma estrela tão pequena. Um dos seus sonetos "Maria", figura no livro MÃE (Antologia Sentimental) - Editora Vecchi - Rio de Janeiro. Mário Martins foi incluído nesse célebre florilégio, onde Frederico Trotta reuniu os maiores nomes da literatura brasileira que usaram como motivo poético a grandeza e a nobreza do amor maternal.
Por seu alto valor moral e intelectual de emérito professor em Picos e em grandes capitais brasileiras, coube-lhe honrar a Unidade Escolar Mário Martins (bairro junco) com o brilho enobrecedor das letras do seu próprio nome.
Evidentemente, se o barômetro acadêmico pendeu para as memórias dos grandes vultos picoenses, era necessário render-lhe a homenagem de Patrono da Cadeira nº 10 da Academia de Letras da Região de Picos. Como sua representante, saúdo-o com o mais alto respeito e admiração pela sua brilhante biografia.
Maria de Jesus de Souza Martins
Representante da Cadeira Nº 10 glorificada pelo insigne Mário Rodrigues de Deus Martins na Academia de Letras da Região de Picos.
Picos (PI) Outubro de 1989
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