ALERP
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04/05/2019 13:53:11 | Por: josselmo Batista Neres | Visitas: 2655
Imagem: urbanarts.com.br
“NÃO ME SIGAM PORQUE EU TAMBÉM ESTOU PERDIDO”... Esta é uma frase emblemática, verbalizada (fora da música), não pelo artista incomum, mas pelo genial cidadão Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes.
A forma como Belchior, ícone de nosso cancioneiro popular, escolheu viver, sobretudo seus últimos dez anos de existência, testifica a sinceridade que o movia ao proferir esse recado - supostamente dirigido ao público brasileiro e, notadamente, a nós, seus incondicionais – e agora chorosos - fãs.
Certamente, não por acaso, ele abandonou uma carreira artística grandiosa, rompeu com gravadoras, produtores, empresários e demais peças do aparato que dá o indispensável suporte a trajetórias artísticas do gênero que ele, durante frutíferas décadas, desenvolveu e trilhou. E mais: para espanto do censo comum, distanciou-se de familiares e amigos e abriu mão de uma marca singular, cujo volume, extensão e profundidade ficaram patentes durante sua vida ativa; e que ressurge luminosa após o Brasil inteiro constatar perplexo seu (prematura) desaparecimento.
A frase “não me sigam porque eu também estou perdido”, embora veiculada com adaptação em outros contextos culturais, é própria da acuidade poética de Belchior, e, ao mesmo tempo, uma tomada de consciência de suas – e nossas - humanas limitações. E ele arremata em seu lampejo de elogiável autocrítica: “que cada um faça ou busque seu próprio caminho”.
Ora, poesias expressam momentos e não realidades. O permanente está apenas em Deus, no que Ele é, faz e diz. Provavelmente era sabido pelo homem Antônio Carlos Belchior que a direção sem erros ou enganos está apenas em Jesus Cristo, o qual, solene e taxativo, anuncia em João 14.6a: “eu sou o caminho, a verdade e a vida”...
Para o genial poeta e sua obra, restarão inapagáveis nossa admiração e reconhecimento pelo muito que nos legou com sua mensagem musical de elevada poesia. Uma gratidão, aliás, acompanhada DO INEVITÁVEL LAMENTO de que ele TÃO CEDO tenha abdicado de ser e construir IMENSURAVELMENTE MAIS do que sabia e podia.
Gilson Chagas
Membro da Academia de Letras da Região de Picos - ALERP
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